O eleitorado evangélico consolidou-se como o principal grupo de influência eleitoral no Brasil. Representando cerca de 33% dos eleitores, o segmento é visto por todos os partidos como decisivo em 2026.
A força dessa base se mede pela disciplina eleitoral e pela capacidade de mobilização comunitária. Em 2022, cerca de 70% dos evangélicos votaram em Jair Bolsonaro. O desafio do PT e de partidos de centro-esquerda é romper essa barreira sem antagonizar o grupo.
O governo Lula tem adotado uma estratégia de aproximação gradual. A criação do Conselho Nacional de Liberdade Religiosa e o diálogo com líderes como Silas Malafaia e Estevam Hernandes sinalizam tentativa de pacificação. O ministro Alexandre Padilha atua como interlocutor informal com o segmento.
Enquanto isso, Michelle Bolsonaro preserva hegemonia no discurso religioso da direita. Sua imagem combina fé, conservadorismo e carisma popular — fatores que a mantêm como ponte direta com a base bolsonarista, mesmo sem cargo público.
Analistas avaliam que o voto evangélico em 2026 não será monolítico, mas dividido entre lealdade ideológica e pragmatismo econômico. Como a renda média das famílias evangélicas é inferior à nacional, programas de renda e crédito popular tendem a pesar no voto.
Em resumo, a disputa se tornará uma batalha de narrativas espirituais e econômicas, onde tanto Lula quanto Michelle simbolizam pólos opostos de fé e prosperidade.