O Brasil alterou uma agenda de lazer do presidente Lula para priorizar a reunião da CELAC na Colômbia, uma demonstração clara de que a diplomacia sul-americana está no topo da estratégia do governo. Em Santa Marta, Lula reafirma o apoio do país à Venezuela enquanto o tema da militarização dos mares do Caribe por parte dos EUA ganha espaço na mesa.
Segundo o chanceler Mauro Vieira, a presença brasileira busca “solidariedade regional” e sublinha que “a América Latina é uma zona de paz”, conforme já declarou o presidente.
Ao mesmo tempo, o gesto envia uma mensagem aos EUA de que o Brasil não aceitará decisões externas que envolvam a Venezuela sem consulta ou mediação regional.
O movimento ocorre poucos dias antes da abertura da COP30, que terá como sede a cidade de Belém. O presidente retornará ao país para liderar o evento climático, mas a antecedência da viagem reforça a vinculação entre diplomacia ambiental e geopolítica latino-americana.
Especialistas interpretam que o Brasil está reposicionando sua diplomacia, priorizando os fóruns regionais e agendas de independência frente às grandes potências. O risco, no entanto, é que a convergência forte com a Venezuela desgaste alianças com os EUA e com parceiros comerciais tradicionais.