Autoridades portuguesas, com apoio internacional, interceptaram um narco-submarino no Oceano Atlântico carregado com 1,7 tonelada de cocaína, a cerca de 1.852 km da costa de Lisboa. Quatro tripulantes sul-americanos — dois equatorianos, um venezuelano e um colombiano — foram presos e colocados em detenção preventiva após audiência nos Açores, em 4 de novembro.
A operação, coordenada pelo Centro de Análise e Operações Marítimas da Europa (sediado em Lisboa), contou com informações da Agência Nacional de Combate ao Crime do Reino Unido e da DEA (agência antidrogas dos EUA). Um navio da Marinha portuguesa localizou a embarcação semissubmersível, que seguia rumo à Península Ibérica.

Devido às condições climáticas adversas e à fragilidade estrutural do submarino, não foi possível rebocá-lo. A embarcação afundou em alto-mar após a apreensão da droga e a prisão dos suspeitos.
Vítor Ananias, chefe da unidade portuguesa de combate ao narcotráfico, destacou a complexidade da operação: “Com calor, vapores tóxicos e ondas altas, até um dia a bordo é insuportável. Após 15 ou 20 dias, a tripulação só quer sair”. Ele classificou o uso de narco-submarinos como uma prática “recorrente nos últimos anos”.
Este é o segundo caso significativo em 2025: em março, outro submersível com 6,5 toneladas de cocaína foi apreendido a 2.200 km de Lisboa. O aumento do consumo de cocaína na Europa tem impulsionado redes criminosas transnacionais, com forte atuação a partir da América do Sul.