As redes sociais passam por uma nova mutação política. O ciclo iniciado em 2018 com WhatsApp e Facebook dá lugar, em 2026, à era da influência algorítmica do TikTok e da inteligência artificial generativa.
Pesquisas do ITS-Rio mostram que 48% dos brasileiros entre 16 e 34 anos se informam majoritariamente por meio de vídeos curtos. Essa mudança muda o modo como os políticos se comunicam e moldam suas campanhas.
A nova polarização não ocorre mais entre militantes predefinidos e sim entre narrativas personalizadas produzidas por influenciadores, microcreators e bots treinados por IA. A manipulação de vídeos, a criação de discursos sintéticos e o uso de deepfakes tornaram-se parte central da disputa.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) prepara uma regulamentação inédita sobre o uso de conteúdo gerado por IA, incluindo a exigência de marca d’água e rastreabilidade de origem. Campanhas que utilizarem deepfakes sem aviso explícito estarão sujeitas à cassação de registro.
Enquanto isso, o TikTok e o YouTube Shorts substituem o Twitter (agora X) como arenas principais de viralização política. O conteúdo de maior engajamento não é mais o debate ideológico, mas o humor e a ironia política.
Analistas acreditam que 2026 será a primeira eleição brasileira verdadeiramente moldada por algoritmos autônomos — em que a inteligência artificial e o entretenimento determinarão o comportamento eleitoral mais do que os partidos.